A Economia Mundial e o Imperialismo

Em A Economia Mundial e o Imperialismo· (Esboço Econômico), Bukharin apresenta-se como um dos primeiros teóricos marxistas a reconhecer, mesmo antes de Lênin, o imperialismo como um estágio determinado da expansão capitalista. Do mesmo modo que a expansão do comércio determina a internacionalização das relações econômicas, o capital, em sua fase supranacional, leva à
ultrapassagem dos limites das barreiras nacionais. A grande produção atinge, nesse ponto, proporções tais que conduzem à substituição da livre-concorrência pelos monopólios.
Nessa época, as empresas já não se entregam mais à livre-concorrência. No interior de cada país e também entre diferentes países, são os sindicatos de empresários e os detentores de monopólios que se empenham no jogo da livre-concorrência. O capital financeiro, particularmente móvel e flexível, transforma-se no poder soberano em cujos fios se emaranham todas as autoridades econômicas, tanto no interior de cada país como no plano internacional. Dessa forma, anonimamente e sem nenhum vínculo com a produção, algumas centenas de multimilionários poderão deter em suas mãos a sorte do mundo inteiro.
Essa evolução efetua-se, porém, em tais circunstâncias e a um tal ritmo, através de tantos antagonismos, conflitos e convulsões - não apenas econômicas, mas também políticas e nacionais -, que, antes da fusão "superimperialista" universal dos capitais financeiros nacionais, o imperialismo deverá inevitavelmente estourar e se transformar.